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Acidente em Trindade!

  • Paratryp
  • 9 de set. de 2015
  • 3 min de leitura

Tem assunto que ninguém quer falar, e também evita pensar. Quantas vezes a caminho de Trindade passava pela minha cabeça "caramba que estrada perigosa, pode dar merda", só que em meio a paisagem bonita esse pensamento logo se mistura a tantos outros e esquecemos do perigo.

A estrada tem suas limitações, é estreita (2,5m de largura), sem acostamento, ribanceira de um lado e montanha do outro, uma descida bem íngrime pra quem está indo e uma subida de fazer motor 1.0 gritar e pedir arrego pra quem está voltando, tudo isso é motivo suficiente pra dar nome a serra de Deus-me-Livre.

Qualquer pessoa que dirige por lá vai devagar, com cautela e respeitando a situação, mas isso não acontece com os ônibus municipais da Colitur que fazem a linha Centro x Trindade. A velocidade é extremamente alta, não é a toa que a as pequenas colisões e arranhões nos carros são comuns, os veículos estão bastante deteriorados, pneus carecas, vidros quebrados, freios ruins, e além de tudo isso por haver poucos ônibus, que saem de hora em hora, a superlotação é comum. Já fizemos muitas viagens em cima do motor do ônibus sem ter onde segurar, ou nas escadas da entrada, porque ninguém quer esperar uma hora pelo próximo, ou mesmo não pode esperar. Algumas vezes voltando, devido ao excesso de pessoas, não foi possível subir a serra, então todos saltaram e subiram a pé até o topo para só então retornar ao ônibus.

Hoje penso o quanto fomos inconsequentes aceitando uma situação como essa, mas pra quem não tem carro, é a única solução, ou ir por agencias e pagar 70 reais, o que é inviável.

A tragédia do último domingo já era esperada, todos ao embarcarmos no ônibus sabíamos que um dia isso aconteceria, e aconteceu, vidas foram perdidas, não uma ou duas, mas 15 inocentes vítimas. Pensar que foi um acidente é aceitar e ser conivente com a ineficiência da prefeitura e dos departamentos de transporte público.

A concessão do transporte a uma empresa privada faz com que estagne os investimentos, pois não há concorrência, assim não gera necessidade de melhorias e quem paga por isso é a população que paga caro - R$3,40 - por um transporte péssimo, onde todos os dia arriscam suas vidas.

Sabemos que há irregularidades tanto na hora da escolha da prestadora de serviço, que é o caso da Colitur de Paraty, que segundo relatos atua há 8 meses sem contrato, como na hora da vistoria e fiscalização, onde a empresa coloca pneus novos, limpam e reparam tudo, e logo após a autorização para circulação as peças desgastadas voltam a uso.

Acho que uma cidade turística tem que se preocupar com o bom atendimento e transporte dos turistas e moradores, zelar pela imagem e investir recursos para a melhoria continua, para que ano após ano estejamos mais preparados para recebê-los, claramente isso não é o que vem acontecendo em Paraty, que desde o inicio do ano teve tragédias em praticamente todos os eventos.

A princípio achamos que deveria ser considerada a veiculação de vans e microônibus, aumentar a frota circulante, a fiscalização do transporte público, e aumentar o numero de empresas prestadoras de serviço para que a população tenha escolha.

É triste ter que perder tantas vidas para só então pensar em alguma mudança, e é ainda mais triste não sabermos se de fato haverá alguma mudança.

Fotos retiradas de O caiçacara


 
 
 

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